28 fevereiro 2011

Ricardo Neis concedeu uma rápida entrevista coletiva na delegacia

O Ministério Público Estadual pediu na noite desta segunda-feira a prisão preventiva de Ricardo Neis, 47 anos, que atropelou dezenas de ciclistas na Cidade Baixa, na última sexta-feira. Para os promotores Eugênio Amorim e Lúcia Helena Callegari, que atuam no Tribunal do Juri da Capital, as imagens da internet somadas ao histórico de infrações graves no trânsito revelariam um perfil violento do condutor.
– Ele tem multas por dirigir na contramão, em cima da calçada e outras infrações graves. Precisa ser preso, pois não há justificativa para o que fez, explicou Amorim. Conforme o promotor, o caso foi um crime doloso (com intenção de matar) e duplamente qualificado, por ter sido cometido por motivo fútil e por um meio que impossibilitou defesa das vítimas.


Neis prestou depoimento na Delagacia de Crimes de Trânsito nesta segunda-feira e depois concedeu uma rápida entrevista. Ele afirmou que foi cercado pelos manifestantes e que se sentiu ameaçado, por isso tomou a decisão de avançar com o veículo.


O bancário garantiu que não teve a intenção de atropelar os ciclistas, mas tentou fugir depois que um grupo começou a bater no seu carro. Questionado se tomaria a mesma atitude novamente, ele afirmou que "nem teria saído de casa".

Delegado diz que inquérito sobre atropelamento de ciclistas deve ser concluído em 30 dias

Gilberto Montenegro garante que muitas pessoas ainda serão ouvidas


— É um caso complicado, mas estamos trabalhando. O inquérito continua a todo o vapor. Ouvimos muitas pessoas hoje e amanhã devemos ouvir muita gente também — explicou.

O depoimento do funcionário do Banco Central durou cerca de três horas. Segundo o delegado, Neis estava tranquilo.

— Ele estava calmo e apresentou a versão dele juntos com os seus advogados. Vamos seguir o trabalho. Espero que em no máximo 30 dias esse inquérito esteja finalizado — disse.

Ciclistas atropelados na Cidade Baixa afirmam à polícia que não houve ameaças a motorista

Em depoimento, o motorista do carro, Ricardo Neis, alegará legítima defesa

Antes da apresentação do motorista responsável pelo atropelamento de dezenas de ciclistas na Cidade Baixa, na última sexta-feira, a Polícia Civil escutou, nesta manhã, o depoimento de cinco das vítimas atingidas pelo carro. O ciclista Moisés Rodrigues sofreu lesões nas costas devido ao atropelamento. Em depoimento, ele afirmou que não houve qualquer ameaça ao motorista Ricardo Neis, 47 anos.

Rodrigues contou que ouviu um estouro e viu Neis usar o carro "como uma patrola":

— Minha sorte é que eu estava com capacete. Não foi atropelamento, foi tentativa de homicídio — disse.

Integrante do grupo Massa Crítica, Eduardo Fernandez Iglesias afirmou que o movimento é pacífico e corroborou o depoimento do colega ao dizer "nunca houve agressão". Com quatro pontos na cabeça, hematomas no braço esquerdo e nas costas, ele relatou que, quando ouviu a gritaria, o carro já estava em cima dele:

— A grande sorte é que no dia estava para chover, por isso ninguém levou nenhum bebê. Tenho uma filha de nove anos que, se tivesse junto comigo, poderia estar morta.

O empresário Igor Oliveira, 23 anos, conta que sumiram da sua memória os cinco minutos que se seguiram ao momento em que o motorista do Golf arremeteu contra o grupo.

— Eu fiquei em estado de choque. Ficou todo mundo fora de si — conta.

Quando os cerca de cem ciclistas ingressaram na José do Patrocínio, outro participante, Marcos Rodrigues, 27 anos, percebeu o conflito com o motorista do Golf, o primeiro da fila de carros. Rodrigues, que mantém com seis colegas um serviço de entregas feitas de bicicleta, afirma que o condutor começou a jogar o veículo para cima das bicicletas, tentando abrir caminho.

— Ninguém agrediu ou encostou no carro dele. Só pediram calma — diz.

Dez minutos depois, perto da Rua Luiz Afonso, Rodrigues viu o carro avançando na direção dele, enquanto colegas e bicicletas voavam. Ele próprio foi arremessado e perdeu os sentidos. Acordou minutos depois, no chão. A maior preocupação foi com a batida na cabeça. Levado ao Hospital de Pronto Socorro, teve alta perto da meia-noite. Com sequelas da queda e a bicicleta avariada, não sabe quando poderá retomar o trabalho:

— Não tenho como pedalar. E o problema não é só o abalo físico, tem também o psicológico.

Os ciclistas afirmam que o motorista poderia, na medida em que a manifestação avançava, ter tomado alguma das ruas transversais à José do Patrocínio para desviar do bloqueio. A estudante Lenise Corrêa, 21 anos, lembra que, na Rua da República, de mão dupla, ele tinha chance de tomar dois sentidos. No entanto, continuou atrás das bicicletas. Para integrantes do Massa Crítica, isso revelaria uma intenção deliberada de confronto.

Fonte: Clic RBS





Motorista que atropelou ciclistas na Capital se apresenta à Polícia Civil



O funcionário do Banco Central, Ricardo Neis, 47 anos, que atropelou dezenas de ciclistas na Cidade Baixa, na sexta-feira, se apresentou à Polícia Civil por volta do meio-dia desta segunda-feira para prestar depoimento.

Neis chegou ao plantão da Delegacia de Crimes de Trânsito acompanhado de dois advogados e escoltado por quatro policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE). Para fugir da imprensa, que o aguardava na frente do prédio, ele entrou pelo estacionamento.

Segundo o advogado Luís Fernando Coimbra Albino, Neis alegará legítima defesa dele e de seu filho de 15 anos. O motorista decidiu se apresentar para afirmar que investiu contra os ciclistas após se sentir ameaçado por supostos golpes contra seu Golf preto.

Ao chegar à sede da polícia, o advogado afirmou que, ao se encontrar cercado por bicicletas, Neis tentou "sair para o lado", mas teve os vidros do carona — onde se encontrava o filho — quebrados:

— Para preservar a integridade física dele e do filho, [Neis] tentou sair do local.

Questionado sobre o motivo do abandono do veículo, Albino afirmou que seu cliente estava com medo, pois foi avisado por um parente que estaria sendo perseguido pelos manifestantes. 



Fonte: Clic RBS

Bikers Music

Essa é para esquecermos um pouco as fortes cenas da barbárie contra os ciclistar porto-alegrensses.

Quem aprecia essa listinha aqui não pode perder esse vídeo
- Amor
- Música
- Bicicletas
- Paris
- Barcelona
- Marcelo Jeneci
- Pôr do sol
Estranho? Pode ser.
Mas o vídeo feito por Kiko Santos deveria ser apenas um registro de sua lua de mel pela Europa. Ganhou a Internet porque tem a música Pra Sonhar de Marcelo Jeneci no fundo e, assim, acabou sendo chamado de clipe não-oficial do cantor.

Motorista que atropelou ciclistas em Porto Alegre deve se entregar na segunda-feira

O motorista que atropelou dezenas de ciclistas, ferindo pelo menos oito deles, em Porto Alegre, deve se apresentar na tarde de segunda-feira à Polícia Civil. A informação é do advogado de defesa do funcionário público ouvido hoje à tarde por Zero Hora. 

A apresentação ocorrerá às 15h no plantão da Delegacia de Crimes de Trânsito e já foi informada a autoridades policiais que atuam no caso. O proprietário do Golf preto que acelerou sobre cerca de doze ciclistas já foi identificado e era ele mesmo quem dirigia o veículo no momento do incidente. 

De acordo com informações da Agência Estado, o responsável pela Divisão de Crimes de Trânsito da Polícia Civil, na capital gaúcha, delegado Gilberto Almeida Montenegro, houve excessos das duas partes envolvidas, ou seja, dos ciclistas e do motorista. 

— O grupo deveria ter comunicado a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) e a Brigada Militar (BM, a Polícia Militar gaúcha) sobre o passeio. Um para coordenar o trânsito e permitir o amplo direito de ir e vir, o outro para segurança — disse o delegado. 

No início da noite da sexta-feira, cerca de doze ciclistas foram atropelados quando faziam um passeio na região central de Porto Alegre. Três ciclistas foram encaminhados ao Hospital de Pronto Socorro, mas já foram liberados. Depois do atropelamento, o motorista fugiu do local. O carro foi encontrado na madrugada de sábado, abandonado em um bairro da zona leste. 


Fonte: Clic RBS