10 maio 2013

Voluntários criam plataforma de registro coletivo de crimes contra ciclistas


Geógrafo da Ufrgs Lucas Panitz cria plataforma para mapear crimes contra ciclistas em Porto Alegre | Foto: Luciano Coelho
Para enfrentar o problema da mobilidade urbana no Brasil, a própria sociedade partiu em busca de soluções para a segurança dos ciclistas no trânsito de duas importantes capitais. A ideia surgiu do geógrafo Lucas Panitz, pesquisador na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que desenvolveu uma plataforma na internet para registro de crimes envolvendo usuários de bicicletas. A ferramenta possibilita informar as ocorrências com mais agilidade e permite a geolocalização dos acidentes. A intenção é auxiliar nas estatísticas envolvendo ciclistas e no retrato fiel da realidade de quem pedala na capital gaúcha. Em apenas uma semana, a ferramenta registrou oito ocorrências em Porto Alegre e acabou sendo desenvolvida também na cidade do Rio de Janeiro.
“Eu vinha pensando em fazê-la há tempo, mas coloquei mesmo em prática no último mês. Levou apenas uma semana para ficar pronta”, fala Lucas Panitz. Apesar de não ser um ativista de bicicleta, Panitz utiliza o meio de transporte e percebeu que as estatísticas divulgadas pelos órgãos oficiais não condiziam com os sintomas das ruas. “Eu não me sinto seguro para andar de bicicleta em Porto Alegre. Isto também acabou influenciando na decisão de criar a plataforma”, diz.
O geógrafo, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Ufrgs, decidiu colocar os conhecimentos em favor da da coletividade e lançou na última semana o BikeCrimesPoa. A plataforma está dividida em três categorias centrais: Infrações, Situações de Risco e Acessibilidade. Desenvolvida no Crowdmap, as informações ficam georreferenciadas no mapa da cidade. “Será possível saber onde os acidentes acontecem e em que momento do dia eles mais ocorrem. Também possibilita saber onde as ciclovias estão com problemas ou há mais risco para os ciclistas”, explica Lucas Panitz.
Geógrafo gaúcho utilizou conhecimentos para interferir na realidade dos ciclistas devido a insegurança nas ruas de Porto Alegre./ Foto: Reprodução
A postagem pode ser feita por qualquer pessoa, desde que envie nome completo e um e-mail de identificação para checagem dos dados relatados. Uma diferença importante é que a plataforma permite o registro de acidentes sem a obrigatoriedade de um registro de ocorrência. “Muitas vezes não é possível ver a placa do veículo em algum atropelamento ou acidente com bicicleta. Por meio de Smartphones ou androids é possível registrar o acidente no BikeCrimesPoa, dizendo apenas o local e a hora”, fala Panitz.
Ciclista há quase 50 anos, o representante do Mobicidade, Renato Pecoitz conheceu a ferramenta na internet e acredita que será uma boa contribuição para a segurança dos ciclistas. “Tudo que é pensado para evitar riscos para quem anda de bicicleta eu acho válido. Estamos vulneráveis no trânsito. Somos desrespeitados cotidianamente”, fala. Pecoitz diz que nunca se envolveu em acidentes, mas afirma que não está nas estatísticas porque é muito prudente no trânsito. “E mesmo assim não estou livre. Eu caí duas vezes nas últimas semanas. Tenho experiência, mas bastou um objeto na pista para eu ter problemas para desviar. A limpeza urbana também é um fator que pode interferir. Existem vários fatores que levam a acidentes de bicicleta que não apenas o carro”, relata.
Rio de Janeiro também adota plataforma de denúncias de crimes contra ciclistas
Plataforma do Rio de Janeiro criada pela geógrafa Carla Hirt já recebeu contribuições na fase de teste. Expectativa é divulgar a ferramenta para serviço se popularizar./Foto: Reprodução
O BikeCrimesPoa ainda está em fase de testes e recebendo contribuições dos próprios ciclistas sobre outros tópicos importantes para registro e mapeamento. A divulgação da ferramenta contribuirá para a popularização do uso, o que garantirá o êxito da iniciativa. Em poucos dias no ar, a ideia chamou a atenção de Carla Hirt, geógrafa gaúcha que vive há quatro anos no Rio de Janeiro. Com o auxílio de Lucas Panitz, ela desenvolveu oCiclistaNaPista para ajudar os ciclistas cariocas a informarem os problemas cotidianos na capital. “O Rio de Janeiro tem uma rede de ciclovias muito grande, mas muitas são em calçadas, o que atrapalha o trânsito de pedestres e ciclistas. E estão acontecendo cada vez mais acidentes envolvendo ciclistas, ônibus e taxistas”, relata.
Nesta quarta-feira (8), dois ciclistas foram atropelados na Barra da Tijuca – um acabou falecendo e o outro Carla registrou na plataforma. “Aqui existe a cultura do uso da bicicleta há tempo, por ser cidade de praia e ter um clima que incentiva. Mas, tem pessoas que não respeitam os ciclistas. Ficam brabos e violentos por ter ciclista andando no trânsito”, diz.
Para o vereador da Frente Parlamentar pela Mobilidade Urbana Marcelo Sgarbossa (PT), a ideia desenvolvida pelos geógrafos em Porto Alegre e no Rio de Janeiro é positiva e pode balizar novas políticas públicas por parte dos governantes. “Conheço outra iniciativa no meio acadêmico de um projeto para caminhos com altimetria adaptada ao ciclista, que indica os melhores e mais rápidos caminhos para fazer determinado percurso. Então, os estudantes de Urbanismo, Paisagismo, Arquitetura e outros estão cada vez mais antenados nas questões da mobilidade do mundo contemporâneo”, afirma.
“Estatísticas podem ajudar governos, mas dependerá de vontade política”, alerta vereador
Vereador de Porto Alegre Marcelo Sgarbossa (PT) alerta que inciativas criativas podem ajudar na solução dos problemas da cidade, mas dependem da vontade política dos governantes./ Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Porém, dependendo da vontade política e da concepção de projeto de cidade boas ideais poderão ser sepultadas, alerta Sgarbossa. “São iniciativas que podem contribuir e muito com o trabalho do poder público. Mas os planejadores que desprezam a vida não conseguem entender essa nova lógica. Tem que abordar as pessoas para uma nova consciência de cima para baixo, e não por meio de rodoviarização, pavimentação”, fala.
Em Porto Alegre, as expectativas de utilização das estatísticas do BikeCrimesPoa para nortear o trabalho da Prefeitura Municipal não são tão positivas. “Já falamos sobre a pintura da ciclovia da Ipiranga, pois a tintura é escorregadia. Ciclistas experientes já derraparam e se machucaram. A EPTC ficou de resolver e não resolveu. A gente nota que podemos ter o número e a qualidade de informações sobre a vida real, como esta ferramenta que o Lucas desenvolveu mostra, mas se existir esta arrogância técnica, não vai se modificar a realidade”, diz o vereador.
Reportagem: Rachel Duarte 

19/Maio: Citadino de Bicicross em Bagé


Mais informações: http://www.facebook.com/EBBX2013?ref=stream

26/Maio: Zona Sul de Ciclismo em Camaquã

Dia do Desafio 2013

   Os confrontos do Dia do Desafio 2013 serão realizados no dia 29 de maio, e este ano Bagé irá enfrentar a cidade de Granada, na Nicarágua.

   Na edição do ano passado, a população de Bagé se mobilizou e venceu a disputa contra a cidade chilena de Cerro Navia. Mais de 27 mil pessoas, ou seja, 23,74% da população do município, se integrou às atividades promovidas.


   O desafio proposto para os ciclistas de Bagé:
   Na terça-feira, 28 de maio, será feito o início oficial do Dia do Desafio 2013, em Bagé, a partir das 20h, com a realização da Rústica do SESC, onde os ciclistas irão efetuar um passeio utilizando o mesmo percurso da prova, ficando o convite para ciclistas iniciantes e experientes, participarem e elevar a classificação da "Rainha da Fronteira".

Roteiro: 4 km's
Inscrições: Gratuítas
Concentração: 19:40
Saída: 20h (Após a largada da rústica)
Local: Sesc (Rua Barão do Triunfo, 1280)

Data: 28/Maio (Terça-feira)
Informações: (53) 3242.4866 / (53) 9945.1449 / heronbmx@ibest.com.br  

Edição 2010: Pedal ao Pórtico da cidade.
Edição 2009: Pedal ao Pórtico da cidade.
Edição 2012: Visita ao Complexo Cultural de SantaThereza.
   A desafiante:
   Granada é uma cidade do oeste da Nicarágua. Possui uma população estimada em mais de 110 mil habitantes, sendo a quinta mais populosa do país. É considerada um centro de comércio, incluindo matérias como madeira, ouro e prata, além de ser produtora de café, cacau e gado. A economia, contudo, é fortalecida pelo turismo.
Fundada em 1524, por Francisco Hernández de Córdoba, tem rica herança colonial, fácil de verificar em sua arquitetura e estrutura.



   O evento:
   Realizado em várias partes do mundo, o Dia do Desafio é uma grande mobilização em favor da qualidade de vida através da prática física. Na data marcada, duas cidades de países diferentes competem entre si com o desafio de mobilizar o maior número de pessoas a saírem da rotina por, pelo menos, 15 minutos, e realizarem algum exercício. O município que envolver a quantidade percentual superior em relação ao número oficial de habitantes vence a competição.
   No ano passado, participaram 97% das cidades gaúchas. Ou seja, 481 municípios dedicaram a última quarta-feira do mês de maio ao incentivo à atividade física e qualidade de vida.